Pincéis que retratam o “eu”... artista!

 

““Na procura constante do artista, a coragem de exteriorizar o seu ser! Criar dentro da mutação do tempo humano... mostrar a todos... sem limites... sem pudor.... sem vínculos. Fases constantes... fases de uma vida artista... exprimindo através dos pinceis momentos surrealistas, abstratos, figurativos ou apenas seus momentos... Pauli Gil!”

O artista plástico Pauli Gil, de nome de batismo, Paulino Bernandes Gil Filho, 46, nasceu na cidade de Taubaté. Foi para São Paulo ainda jovem, onde cursou a Escola Panamericana de Artes e o Curso de Desenho Arquitetônico na Escola Pró-Tec. A arte esteve sempre presente em sua vida, desde sua infância; na adolescência, já produzia desenhos com tendências surreais. Já formado, com 21 anos foi morar em São José dos Campos, onde trabalhou com artesanato diverso, como pinturas em cabaças, bambus, pedras, etc... Seus trabalhos, durante este período, ganharam espaço nas cidades da região como Campinas e a própria capital.
Freqüentador de Ubatuba desde sua infância, resolveu adotar a cidade para morar, já que ela tinha abertura para o mercado artístico. Em meados de 1.978, Ubatuba era freqüentada por turistas de classe média alta, grandes apreciadores de suas belezas e da cultura local. Assim Pauli Gil mudou-se para cá e montou um ateliê, quando o artesanato ficou em segundo plano em sua vida, dando ênfase à pintura a óleo, sua maior paixão. O artista revela em seus quadros todo o processo de mutação de seu próprio ser. Com um estilo um tanto particular, poderíamos dizer que ele já pintou o surrealismo, assim também como o abstrato sempre dentro da sua própria contemporaneidade. O artista que está sempre em busca de novas técnicas, experencia tudo... Permitindo-se exteriorizar o seu próprio “eu” em cada nova obra realizada. Assim, nos permite deduzir que suas obras são um verdadeiro diário, onde o artista revela a visão do mundo a partir do seu ponto de vista mais particular somando todas suas fases humanas. Professor há nove anos, ele diz que pintar subdivide-se em duas tendências: primeira, é a comunicação do artista com o mundo a partir do seu ponto de vista através das telas. Segunda, é a função terapêutica, onde as pessoas apenas pintam através das técnicas aprendidas para relaxar. Mas para saber quem somos é somente nos permitindo tentar, pois ninguém sabe ao certo até então que caminho vamos tomar.
Pauli passou sua vida pintando. Diz ele: “Eu não saiba fazer outra coisa! Pois já se faz uma vida, pintando!”. Tudo o que tem e o que aprendeu, as decepções e as grandes conquistas, absolutamente tudo e até mesmo o seu sustento, ele deve a vida de ser unicamente “artista”! Já expôs em diversos salões da capital, litoral norte, Ubatuba e até mesmo na Alemanha em uma coletânea individual no Bistrô Pineau - Rottach - Enern/Alemanha. Também já foi um dos selecionados para fase final do Estadual do “Mapa Cultural Paulista”. Enfim, Pauli, como todo artista, está em constante busca e espera ser reconhecido cada vez mais, de preferência, ainda vivo, esperando que não aconteça o que ocorreu com nossos grandes clássicos, que ficaram famosos muito depois de já terem partido.
Quem quiser apreciar intimamente as obras de Pauli Gil é só aguardar a próxima Exposição Individual, que deverá acontecer em novembro de 2002, no salão da Fundart.